Neste domingo, 10, o novo presidente da Argentina, Javier Milei, assumiu o cargo hoje após vencer Sergio Massa nas eleições de novembro.
A cerimônia no Congresso Nacional foi conduzida por Cristina Kirchner, começando por volta das 11h15.
Milei chegou ao local às 11h45, sendo saudado por apoiadores após desfilar pelas ruas da capital.
Após jurar seguir a Constituição, recebeu os símbolos presidenciais de Alberto Fernández, posou para fotos e acenou para seus seguidores, mas não fez discurso.
Vários líderes, incluindo representantes do Brasil, Paraguai, Uruguai, Equador, Hungria, Armênia e Ucrânia, confirmaram presença na posse.
Lula da Silva foi convidado, mas enviou o chanceler Mauro Vieira como representante. As celebrações devem continuar na Casa Rosada e terminarão no Teatro Colón, à noite.
A cerimônia foi presidida por seu antecessor Alberto Fernández e pela vice-presidente Cristina Fernández, antes do congresso nacional em Buenos Aires.
Após ser empossado como presidente da Argentina, Javier Milei deixou o Congresso e dirigiu-se à escadaria, de onde falou para uma multidão que se reunia para participar da cerimônia de inauguração.
Quebra de protocolo
Assim que assumiu a presidência da Argentina neste domingo (10). Milei quebrou o protocolo de posse e discursou das escadarias do Congresso, invés de o fazer no interior da Casa Legislativa.
Dirigindo-se aos seus apoiadores em frente ao Congresso, Milei disse que este é o dia no qual foram enterradas décadas de fracasso e disputas que arruinaram o país.
“Hoje começa uma nova era na Argentina. Uma era de paz e prosperidade. Uma era de crescimento e desenvolvimento. Uma era de liberdade e progresso”, disse Milei durante o discurso de posse.
Discurso
Durante o primeiro discurso de Javier Milei como presidente, o líder libertário voltou a passar em revista algumas das políticas que irá aplicar a partir desta segunda-feira para “reorganizar a economia”.
“Não há alternativa ao ajuste, não há alternativa ao choque”, disse Milei depois de garantir que na Argentina “não há dinheiro”.
“Infelizmente, isto terá impacto na atividade econômica, na pobreza e nos salários”, admitiu. Ele também reconheceu que se iniciará um cenário de estagflação, embora tenha dito que “não é tão diferente do que vivemos hoje”.
“A única possibilidade possível é o ajuste; um ajuste ordenado”, acrescentou.
Primeiras medidas
Poucas horas depois de vencer com mais de 11 pontos percentuais de vantagem sobre o candidato governista Sergio Massa, o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, começou a dar suas primeiras definições sobre quais serão as medidas de seu governo a partir de 10 de dezembro.
Milei já havia antecipado isso em seu discurso na noite do dia 19 de novembro. “Não há espaço para o gradualismo, para a frouxidão, nem para meias medidas. Se não avançarmos rapidamente estaremos caminhando para a pior crise de toda a nossa história”, alertou após os resultados que lhe deram a vitória.
Em declarações aos meios de comunicação locais na última segunda-feira (4), o libertário começou a dar suas primeiras definições sobre a possível privatização de empresas e meios de comunicação públicos, um sistema de “vouchers” na saúde e na educação, ações cambiais, taxas e também levantou os primeiros nomes da sua equipe.
Gabinete e Supremo Tribunal de Justiça
Nas primeiras declarações à mídia, Milei também deu algumas definições e indicações sobre quem o acompanhará em sua gestão.
Entre os nomes já anunciados para assumir ministérios estão:
- Ministério da Defesa: Luis Petri
- Ministério do Capital Humano: Sandra Pettovello
- Ministério da Economia: Luis Caputo
- Ministério da Infraestrutura: Guillermo Ferraro
- Ministério do Interior: Guillermo Francos
- Ministério da Justiça: Mariano Cúneo Libarona
- Ministério das Relações Exteriores: Diana Mondino
- Ministério da Segurança: Patricia Bullrich
- Ministério da Saúde: Mario Russo
- Ministério do Trabalho: Gustavo Morón
- Chefe de gabinete: Nicolás Posse